O cigarro eletrônico que vem da China

Produzido na China, o cigarro eletrônico não dispensa a nicotina. Tem nicotina como os outros cigarros, mas não é um cigarro normal. Fabricado na China pela Golden Dragon Group, o Ruyan (expressão chinesa que significa “como fumar”) é um cigarro eletrônico – o primeiro no gênero, segundo o fabricante. E é em tudo idêntico ao produto verdadeiro: no formato, na cor branca e até na ponta, parecendo estar aceso. Custa, no entanto, mais de 200 euros, funciona a pilhas e não precisa de cinzeiro.
Lançado pela companhia como um método para deixar de fumar, este cigarro expandiu as suas vendas na China, em 2006, e está à venda, também à distância de um click, no E-Bay, na Internet. No final do ano passado, porém, a sua eficácia foi colocada em dúvida depois de o Beijing Times ter publicado um artigo em que revelava que os teores de nicotina dos cartuchos que o dispositivo utiliza são superiores aos de um cigarro normal. De acordo com o jornal chinês, cada um dos cartuchos, que dá para um total de 350 tragadas, contém 18 miligramas de nicotina, enquanto um cigarro normal tem 1,2 miligramas.
A companhia refutou, considerando falsas as comparações e alegando em defesa do seu cigarro, que ele não produz qualquer dos subprodutos carcinógenos originados pela combustão. Mas os contratempos não param por aí, depois de a companhia ter promovido o seu produto como recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como método para deixar de fumar, esta veio negar essa recomendação, através do seu representante em Pequim, em declarações ao People’s Daily, em dezembro. O representante da OMS afirmou, a propósito, que um produto como este (que permite dosagem cada vez menor de nicotina) até poderia dar resultado, mas não seria o melhor método para deixar de fumar.
A polêmica não impediu, no entanto, o cigarro eletrônico de prosperar na China, onde estão localizadas 65% das suas vendas mundiais.

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