Quer robôs responsáveis? Comece com humanos responsáveis

Interação entre humanos e robôs
As preocupações com a interação entre humanos e robôs estão tomando corpo e chamando a atenção de pesquisadores e autoridades de várias partes do mundo. As demonstrações mais recentes do que a tecnologia já é capaz de fazer não deixa dúvidas que os humanos logo terão que aprender a conviver com os robôs.
Mas, segundo alguns pesquisadores, talvez seja necessário antes garantir que os robôs terão condições de conviver com os humanos sem causar-lhes ameaças ou danos.
"Nossa visão cultural dos robôs tem sido sempre anti-pessoas e pró-robôs," afirma David Woods, da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. "A filosofia tem sido: 'certo, as pessoas cometem erros, mas os robôs farão melhor, eles serão uma versão perfeita de nós mesmos'."

Três Leis de Asimov
Essa visão romântica provavelmente tem suas origens nas três leis que o escritor Isaac Asimov estabeleceu para a robótica, nos anos 1940:
1ª Lei: um robô não pode fazer mal a um ser humano e nem, por omissão, permitir que algum mal lhe aconteça. 2ª Lei: um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a Primeira Lei. 3ª Lei: um robô deve proteger a sua integridade física, desde que, com isto, não contrarie a Primeira e a Segunda leis.Leis mais realistas
Mas Woods acredita que é necessário pensar de forma mais realística, com os pés no chão. "Para que essas leis tenham sentido, os robôs devem possuir um grau de inteligência social e de inteligência moral. Quando vislumbramos nosso futuro com os robôs, nós focamos em nossas esperanças e em nossos desejos e aspirações sobre os robôs - nós não focamos na realidade," diz ele.
E, como dose extra de realismo, Woods e seu colega Robin Murphy propõem novas regras para os robôs. Na verdade, três novas leis da robótica, menos voltadas ao ideal de um robô que entende o suficiente para saber o que deve e o que não deve fazer, como nas leis de Asimov, e mais "focadas na realidade," como dizem os pesquisadores - a realidade de quem constrói os robôs e deve muni-los de "qualidades" e "responsabilidades" adequadas para não colocar em risco os humanos que conviverão com os robôs.

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